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sábado, 12 de julho de 2014

Chapter 6: Vamos Viver Sem Ter Medo Do Amanhã
"Vamos fazer o seguinte, o meu Pai não deve demorar com o colchão, eu espero, depois faço a tua cama e deixo-te à vontade para te poderes arranjar com calma…" Disse Rachel que foi prontamente interrompida por Quinn.
"Não Rachel eu faço a cama, só preciso do colchão e… da roupa de cama, isso é indispensável." Rindo-se. "Quanto ao quarto…"
"… e à casa de banho." Acrescentou Rachel.
"Não entendi."
"Tens aqui casa de banho, podes-te arranjar com calma e eu… eu vou para o quarto dos meus Pais, eles estão muito ocupados a ultimar os últimos detalhes, não se importam. E assim ficas à vontade." Concluiu Rachel.
KNOCK KNOCK
"Posso?"
"Claro Pai entra." Respondeu Rachel.
"Er… eu estava à espera que as meninas me abrissem a porta para eu poder entrar, tenho aqui o colchão e a roupa de cama." Disse Hiram.
"Desculpa, entra." Rachel e Quinn rapidamente ajudaram Hiram. "Ah Pai, a Quinn vai ficar aqui, para poder ficar mais à vontade e eu vestia-me na vossa Suite, tudo bem?"
"Eu não queria incomodar mas a Rachel insiste…" acrescentou Quinn.
" Sim insisto, é melhor, eu tenho o meu ritual de hidratação que leva o seu tempo, o meu Pai não se importa."
"Claro querida, faz como achares melhor, mas às 20h30/21h00 tentem estar prontas porque temos a vossa amiga que vem jantar connosco, vão gostar de a ver tenho a certeza." Hiram estava misterioso mas antes que Rachel perguntasse quem era, novamente, ele despediu-se.
"Rachel?" Quinn chamou pela amiga que em seguida também abandonava o quarto.
"Sim?"
"Eu não trouxe nada de muito espalhafatoso para vestir esta noite, os teus Pais não se vão importar, vão?" Questionou Quinn.
Rachel riu e baixou os olhos voltando a levantar a cabeça ao aproximar-se de Fabray. "Quinn até podes ir de jardineiras mas duvido que isso aconteça. Eles não se importam com nada, não viste como os meus Pais ficaram animados quando lhes dissemos que jantavas e ficavas?"
"Sendo assim, estou mais tranquila."
"É isso mesmo tranquila, é assim que te quero ver, estás em tua casa, pelo menos é assim que queremos que te sintas. Por falar em roupa… esqueci-me por completo de levar algo para vestir."
Rachel sabia o que iria vestir desde a manhã desse dia, pelo que foi rápida ao tirar o que precisava, Quinn estava distraída a fazer a sua cama, o colchão que Hiram lhe tinha levado ficava mesmo ao lado da cama de Rachel que se despediu com um até já.
"Rachel?"
"Sim Quinn?" Respondeu Rachel já fora do quarto.
"Posso usar a casa de banho, banheira, etc? Eu esqueci-me de trazer condicionador, posso usar o teu?"
"Oh Quinn assim eu sinto-me mal, tu és a Quinn Fabray, nunca fizeste cerimónia com ninguém. Este quarto também é teu agora, enquanto aqui estiveres é para estares à vontade. Usa tudo!" Disse Rachel já de saída, de uma forma muito carinhosa com um riso à mistura.
Quinn sorriu e disse que sim com a cabeça.
20h00
"Rachel estou pronta mas não quero descer sozinha…vens ter comigo?"
"Quinn eu atrasei-me um pouco, mais quinze minutos e estou aí, mas podes descer os meus Pais não te vão morder." Rachel respondia à mensagem que Quinn lhe tinha enviado.
"Eu sei Rachel mas prefiro esperar mais um pouco. Afinal há coisas que nunca mudam…" Quinn já não obteve resposta de Rachel até que alguns minutos depois…
KNOCK KNOCK
Era Rachel.
Quinn abriu-lhe a porta com um sorriso mas Rachel não entrou nem se mexeu.
"Rachel? Está tudo bem?" Perguntou Quinn.
"Para quem disse que não iria usar nada de muito espalhafatoso…" Disse Rachel muito devagar, admirando Quinn.
Quinn rapidamente percorreu o próprio corpo com os seus olhos, de cima a baixo. "Exagerei? É um conjunto de duas cores apenas, um clássico, monocromático… mas… eu posso.."
Rachel não a deixou terminar. "Quinn tu estás deslumbrante." Ao dizer isto Rachel engoliu em seco, Quinn estava realmente um arraso, num conjunto preto e branco; uma saia preta comprida que ia até depois do joelho, uns sapatos com algum salto mas não muito alto com pequenas riscas diagonais pretas e ligeiramente douradas, e um top braco branco – uma espécie de meia t-shirt branca com mangas quimono e com decote à barco, que terminava antes da saia começar deixando uma linha do seu abdómen à vista.
Quinn tinha o cabelo apanhado com risco ao meio e a sua franja estava dividida em duas ligeiras ondas, uma para cada lado, a sua maquilhagem era sóbria mas inesperada para Rachel – Quinn apresentava um tom de pele mais bronzeado que o habitual e a sombra que usava era de um tom azul quase roxo, tinha ainda uns brincos (pendentes) em prata com um pequeno diamante cada, os brincos não eram muito longos teriam uns 5 cms.
Quinn estava realmente irrepreensível.
"Obrigada Rachel!" Disse Quinn abrindo aquele sorriso lindo, que lhe era tão característico. "Eu sei que não o disse muitas vezes no passado… Bem na realidade não o devo ter dito nunca mas… tu também estás.."
"Estou?..." Rachel esperava pelo que Quinn lhe queria dizer com alguma ansiedade.
"Estás.. estás.. uma visão em cor-de-rosa. Eu admito que gosto de te ver assim, lembra-me, em parte, a antiga Rachel mais moderna e sofisticada mas parece que ela ainda está aí afinal. Eu até diria mais mas não quero criar mau ambiente entre nós…"
"Diz! Agora estou curiosa.." Disse Rachel que, de facto, estava com bastante curiosidade, algo corada, resultado de um ligeiro embaraçado, afinal ela não estava nada habituada a elogios destes por parte de Quinn Fabray, e mais o evidenciava remexendo numa mexa de cabelo enrolando-a com o indicador.
"…primeiro diria que estás…"
"Diz logo Quinn!" Entuasmava-se Rachel.
"..Sexy… muito sexy.. a vida é realmente irónica quando é que eu pensava há uns anos dizer-te a ti que estás sexy ou linda, como é o caso, mas é verdade estás mesmo." Quinn apercebeu-se da cara de envergonhada de Rachel mas também do sorriso e dos brilho dos olhos de Rachel e isso deixou-a feliz . "E em segundo… esta parte não sei devia dizer mas aqui vai, sendo o vestido diferente faz-me lembrar o vestido que usaste no dia de São Valentim no copo-de-água do quase casamento do Mr. Schue."
O sorriso envergonhado mas confiante de Rachel esvaneceu-se e deu lugar a uma breve melancolia ao relembrar a sua dança com o Finn e as conversas que tinha tido com ele, em que ele lhe disse que iriam ficar juntos um dia.
Quinn estava certa.
O vestido que Rachel tinha era em muito semelhante ao que ela tinha usado no casamento do Mr. Schue, era uma vestido justo, cintado, terminava um bom palmo acima dos seus joelhos, um cor-de-rosa diferente do que ela tinha escolhido para o casamento este era um cor-de-rosa bordeaux mas alegre nada mortiço. As magas eram longas, também elas justas, o vestido denotava alguma transparência, sobretudo ao longo das mangas e nos ombros, o restante do vestido era opaco. E ao contrário do vestido que Rachel tinha vestido no casamento falhado do Mr. Schue que não tinha qualquer decote, o desta noite tinha um decote em V.
Toda esta exposição de pele da parte de Rachel era totalmente nova para Quinn, apesar no passado ter estado algumas vezes com Berry em NY e de ver uma certa mudança na sua forma de vestir e de estar, ela ainda não estava muito habituada.
O cabelo de Rachel estava solto, com algumas ondas ao longo de todo o seu comprimento, estava realmente simples, com pouca maquilhagem tudo em tons muito suaves, mas realmente elegante.
"Bem eu posso dizer que sexy nunca foi uma palavra que eu pensasse que pudesse ser dita da boca da líder das Cheerios, a temível Quinn Fabray à desajeitada Rachel Berry.." Finalmente Rachel prolongava-se acerca do comentário e respectivo elogio que Quinn lhe tinha feito.
"Bem.. desajeitada é tudo menos o que me vem à cabeça neste momento ao olhar para ti, parece que o tempo está a ser generoso contigo, NY fez-te bem, muito bem." Quinn arqueando ligeiramente uma sobrancelha, disse-o com a a rouquidão da sua voz, da qual Rachel sentia falta dos tempos de McKinley, uma rouquidão quase hipónitca.
"Bem.. eu diria que.. depois de tantos elogios.. devíamos.. descer, os meus Pais esperam-nos , isto se a famosa convidada ainda não tiver chegado, e se há coisa que os meus Pais valorizam é pontualidade pelo menos de quem recebe. Vamos?"
Rachel estava algo inquieta esta proximidade a Quinn agradava-lhe, ela nunca quis ser sua inimiga muito pelo contrário mas ao mesmo tempo era tudo tão recente e até à tarde de hoje ela estava tão magoada e de repente encontram-se as duas a trocar elogios e complicidades… Além disso havia ainda a questão daquilo que Quinn lhe tinha contado, nessa tarde, a bomba de que tinha dormido com Santana e de uma forma muito intima.
Mas Rachel tinha tentado bloquear da sua mente essa confissão no momento em que Quinn lhe contou tudo.
"Sim. Vamos. Os teus Pais devem estar já à nossa espera. Vamos descer." Quinn fechou a porta do quarto e entrelaçou os dedos da sua mão com os dedos de Rachel que não olhou para Quinn nem para as mãos das duas, por alguns segundos congelou.
As duas encontravam-se ao cimo das escadas e quando começaram a descer o segundo degrau Rachel disse algo . "Afinal há coisas que nunca mudam…"
"Rachel?" Ao dizer isto Quinn parou.
"Sim, foi o que tu disseste na mensagem que me enviaste há pouco." Respondeu Rachel.
"Ah." Quinn riu pelo nariz. "Há coisas que nunca mudam… é verdade eu disse isso sim, tu atrasaste-te um pouco e calculo que não tenhas tido que lavar o cabelo nem secar nem.."
"Ok Quinn já percebi, continuo a ser aquela Rachel, a estrela, uma Diva, que precisa da sua entrada dramática." Rachel estava algo resignada à opinião que, pelos vistos, Quinn parecia manter acerca dela.
"Rachel." Virando-se para ela ainda com uma das suas mãos entrelaçadas às da futura estrela de Funny Girl e com a sua outra mão apoiada no ombro de Rachel. "Eu não tenho essa ideia de ti, com o tempo espero que um dias venhas a perceber isso ou que eu to consiga mostrar, na verdade eu tenho uma grande admiração por ti, até diria que dados os últimos acontecimentos, cada vez mais. E sim, tu és uma estrela, sempre foste mesmo nos tempos de MicKinley, sim com alguns exageros à mistura… a Mercedes também os teve, alguns dignos de uma grande Diva, mas tu és e no bom sentido, e não achei que fosse dramática a tua entrada.
Apenas disse que há coisas que nunca mudam porque eu calculei que te tivesses atrasado devido a um processo meticuloso que demorou um pouco mais do que estavas à espera."
Quinn acalmava Rachel com as aquelas palavras ao mesmo tempo que pareciam realmente genuínas. "Acertei?"
Rachel fez que sim com a cabeça e com a voz algo melosa respondeu. "Acertaste, sim, obrigada pelo que acabaste de dizer, eu sinto que às vezes estou sempre com uma postura defensiva mas…"
"Mas é devido ao nosso histórico, eu entendo, e só tenho que te pedir mais uma vez desculpa." Disse Quinn.
"Vamos?" Apertando desta vez Rachel a mão de Quinn.
20h30
Quinn e Rachel tinham descido mas a convidada mistério ainda não tinha dado sinal, pelo que Rachel aproveitou que os seus Pais estavam a ter uma animada conversa com Quinn - que parecia estar muito à vontade - e foi fazer alguns telefonemas, nomeadamente para Kurt com quem não falava desde a hora do almoço.
"Rachel? Querida como estás?" Disse Kurt ao atender .
"Kurt! Que bom ouvir a tua voz, estou bem.." Rachel deu a entender algo mais do que estava a dizer.
"Que se passa? Preciso ir aí? O que é que aquela terrorista te fez desta vez?"
"Nada Kurt, ela não me fez nada!" Rachel não conseguiu evitar rir, muito.
"Ela?... Então isso quer dizer que alguém fez… conta-me tudo."
"Bem… a Santana teve que sair da vossa casa às pressas porque… a sua Abuela telefonou-lhe a pedir-lhe perdão dizendo-lhe que a gostaria de ver." Explicou Rachel.
"Mas isso é magnífico!"
"É. O problema é que a Santana me pediu um favor… fazer companhia a alguém com quem ela tem dividido a casa nestes dias em Lima."
" E tu sabias quem era?"
"Não."
"E claro que não aceitaste. Aceitaste?!"
"Aceitei Kurt.."
"Rachel Barbra mas isso podia ser…" Rachel não permitiu que Kurt terminasse.
"Era a Quinn Kurt. A Quinn. A Santana estava com a Quinn."
"Estou parvo. Não posso acreditar, aquela diaba estava com a Quinn, sabia que a Quinn estava em Lima e não nos disse nada?! Fez-nos de parvos mais uma vez, ah mas ela vai ver quando chegarmos a NY, aliás eu vou falar com ela ainda aqui em Lima. Espera é impressão minha ou estamos a dizer Quinn vezes sem conta?" Kurt dizia tudo o que lhe vinha à cabeça, não se preocupando com a lógica do seu discurso, tinha sido mesmo apanhado de surpresa.
"Kurt…a Quinn…"
"Sim sim a Quinn já percebi está com a Santana."
"Não… na verdade ela está aqui comigo a passar a véspera de Natal." Rachel temia pela reacção de Kurt que até a surpreendeu.
Kurt suspirou antes de dizer algo. "E tu como te sentes Rach?"
"Eu… ainda estou a tentar entender tudo isto, passei a tarde toda com ela na dita casa em que a Santana tem estado, aliás a Quinn vai ficar para jantar mas também para dormir cá em casa esta noite porque a Santana… bem a sua Avó disse-lhe que gostaria muito de poder passar toda a consoada com ela e quis que ela lá ficasse a dormir… ora… eu não podia deixar a Quinn sozinha numa noite destas… podia?..." Rachel esperava que Kurt lhe dissesse o contrário mas não foi bem isso que ouviu.
"Querida eu não sei, Rachel agora sou eu que não estou a entender nada porque… eu sei o que te custou quando o Finn morreu que a Quinn nada tivesse dito ou feito e agora esta atitude e protecção da tua parte em relação à Quinn? Neste momento eu não consigo perceber bem mas tenho a certeza que deve haver um motivo extra, algo que tenha resultado desta tarde… sim porque vocês conversaram sobre o que aconteceu calculo…"
"Conversámos. E deu para perceber, em parte, os motivos que a levaram a não regressar a Lima e, de certa forma, a não me dizer nada… De qualquer forma ainda não me convenceu totalmente mas o facto é que a Quinn está mesmo a precisar de um ombro amigo Kurt ela está … não tens noção… não tem nada a ver com a Quinn Fabray que ambos conhecemos."
"Custa-me a acreditar nisso mas se tu o dizes, é assim Rachel eu entendo que não a queiras deixar sozinha numa noite como esta mas até há algumas horas quem precisava de um ombro amigo eras tu, e custa-me que mais uma vez ela seja a vitima da história."
"Kurt eu nunca disse que ela era a vitima e eu também nunca o quis ser. Amanhã falamos melhor, ela está a aproximar-se e não quero que se aperceba que estamos a falar dela.
Como estão os teus Pais?" Rachel mudava de assunto, Quinn aproximava-se.
"Eu só quero que penses mais em ti Rachel, sobretudo quando envolve a Quinn não quero que te magoes novamente ela já te fez mal suficiente no passado. Os meus Pais… Carole e o meu Pai… estão felizes por me ter em casa nesta época do ano mas ao mesmo tempo é claramente uma presença ausência…" Rachel ouvia o amigo enquanto que Quinn já se encontrava a seu lado sentando-se num dos braços do sofá onde Berry estava sentada a falar com Kurt, Fabray sorria delicadamente ao olhar para Rachel sem se aperceber com quem ou sobre o quê esta falava. "Entendo… Para ti também não deve ser fácil. Amanhã sempre estamos juntos?" Lembrou Rachel.
"Bem.. eu estou a contar com isso mas tu não terás novos planos entretanto?"
"Não sei ainda, de qualquer forma, estamos juntos amanhã, telefona-me tu ok?"
"Ok eu telefono-te e amanhã logo combinamos. E a Santana sempre vem?"
"Não sei, ainda não falei com ela mas amanhã falo-lhe hoje quero deixá-la aproveitar bem este reencontro com a Avó. Então uma boa véspera, dá um beijo meu aí em casa."
"E para mim nada? Assim amuo." Brincou Kurt.
"Tonto. Para ti principalmente és o meu melhor amigo! Obrigada por tudo Kurt. Beijos." Rachel realmente sentia uma grande amizade e gratidão por Kurt que lhe deu grande apoio na pior fase da sua vida.
"Beijos Barbra eu também te amo, podes dizê-lo, um dias irás voltar a dizê-lo sem medo."
"Eu não tenho medo.. Beijos." Terminando assim o telefonema entre Rachel e Kurt.
Quinn arqueou a sobrancelha ao ouvir aquela ultima afirmação eu não tenho medo, Quinn não compreendia mas não se atreveu a perguntar, não naquele momento em que se sentia muito mais leve e livre naquela casa, os Pais de Rachel tinham o dom de deixar os outros completamente à vontade e o mesmo acontecia com Quinn que se sentia de repente como se aquela tivesse sido a sua morada dos últimos 20 anos.
Eram quase 21h35 e Rachel e Quinn continuavam num sofá na sala entre risos e cumplicidades espontâneas, era como se o peso que a conversa que ela tinha tido com Quinn tivesse desaparecido e para Quinn era como se o peso resultante de uma certa culpa que sentia pela forma como tinha agido nos últimos tempos tivesse também desaparecido.
Quinn tinha-se sentado entretanto ao lado de Rachel no sofá e as duas falavam e riam, eram na verdade assuntos muito banais e Rachel só conseguia prestar atenção ao sorriso de Quinn , um sorriso contagiante e lindo pensava ela. Por sua vez Quinn apenas conseguia reparar nos olhos de Rachel e aquele parecia definitivamente um momento congelado no tempo até que algo as interrompeu.
Primeiro uma campainha, mas elas estavam tão absorvidas nos detalhes de cada uma que nem ouviram.
"Meninas. Meninas estou a chamar-vos." Disse LeRoy. "Meninas!" Le Roy viu-se obrigado a dar um leve berro de forma a que ambas o ouvissem.
"Desculpa Pai não te ouvimos." Disse Rachel que não estava habituada a ver o seu Pai assim.
"Isso percebi eu. A nossa amiga chegou, venham cumprimentá-la e em seguida vamos jantar."
Rachel e Quinn seguiram LeRoy ambas ainda entre risos e graças quando ao chegar à sala de jantar vêem uma mulher de costas semi abaixada.
"A Rachel? Eu quero mesmo vê-la mas esta menina hoje teimou porque teimou que queria jantar mais cedo, por isso é que e atrasei, ela fez birra para tomar banho e agora vejam parece um anjo…" Disse a convidada mistério ainda de costas, virada para uma confortável e sofisticada chaise longue que Hiram e LeRoy tinham num canto da Sala de jantar, tapando uma criança com alguns cobertores. "…um anjo loiro, o meu anjo."
"Não acredito." Disse Rachel quando a mulher se virou, olhando também para Quinn que parecia ter tido a mesma reacção que Berry. "Mas o que é isto?"
"Sou eu querida, não mereço um abraço?"
"S-sshelby?" Pronunciou descontroladamente Rachel.
"Sou eu querida, não tenho direito a um abraço?" Rachel engoliu em seco olhando para Quinn que não se mexia, entrelaçando as suas mãos, levando-as para junto da sua boca enquanto observava Beth ao longe. Rachel percebeu todos aqueles sinais de ansiedade que Quinn demonstrava.
Até que Shelby recebeu o abraço que tanto queria da filha enquanto que Rachel fazia gestos com as mãos e com os olhos em direcção aos seus Pais que estavam atrás de Shelby mas à sua frente, perguntando com os lábios O que é isto?
"Shelby." Ao ouvir isto Corcoran finalmente largou Rachel de um abraço demasiado apertado na opinião de Berry.
"Rachel, não ficas feliz por me veres?"
"Sim claro, só não…estava à espera, os meus Pais não me disseram nada.. e como os nossos últimos encontros não têm sido dos melhores eu pensei que…"
"Pensaste mal! Esta é a ocasião ideal para estarmos juntas e solidificarmos laços!" Explicava Shelby.
Como se fosse assim tão fácil pensou Rachel. "Bem, parece-me que conheces a minha amiga." Apontando para Quinn e fazendo-lhe um gesto com a mão para que se aproximasse, mas não obteve retorno , pelo que Rachel se chegou a Quinn, agarrou-lhe pela esquerda e levou-a para perto de Shelby. "Quinn Fabray – Shelby Corcoran". Rachel apresentava ambas.
"Rachel querida nós já nos conhecemos lembraste…?" Shelby fez questão de relembrar.
"Não parece não se falam.." Desabafou Rachel.
"Eu… como…está…" Quinn não parecia fazer muito sentido, e Hiram e LeRoy percebendo que o momento era algo delicado, retiraram-se para a cozinha de forma a servir o jantar.
"Quinn. É Natal. Eu não vou ser hipócrita e dizer que eras a pessoa que mais queria ver hoje mas eu já ultrapassei o que se passou, com a tua idade também fiz alguns disparates, todos erramos. Estou a ver que estás morta de vontade de ver a Beth, vai lá, só não a acordes por favor, demorou muito para adormecer, ela fez birra." Disse Shelby, tranquilizando Rachel e emocionando Quinn que apenas assentiu e aproximou-se cuidadosamente de Beth.
"Ela faz birras muitas vezes?" Perguntou baixinho Quinn.
"Só nos dias em que tenho mais trabalho ou nos meus dias mais preenchidos, parece que escolhe esses dias." Riu Shelby.
"Parece que tem a quem sair então." Disse Quinn acariciando muito levemente a testa de Beth com um sorriso algo melancólico, afinal a sua filha e ela sempre tinham algumas parecenças que os laços de sangue não destroem.
Rachel chegou-se a Shelby sussurrando. "Obrigada. Por estares aqui e pelo que estás a fazer pela Quinn." Sendo de imediato abraçada por Shelby, Hiram e LeRoy entretanto chegavam com as travessas com o jantar meticulosamente confeccionado, não conseguindo deixar de se emocionarem com aquela cena, afinal o espírito de Natal tinha mesmo chegado para ficar.
O jantar tinha sido muito animado e alegre, Quinn e Rachel tinham ficado sentadas lado a lado, não houve momentos de constrangimento nem momentos mortos, houve sempre conversa e boa disposição à mesa, e todos pareciam dar-se sem animosidades.
Depois do jantar houve tempo para de tudo um pouco; Rachel esteve à conversa com Shelby enquanto Quinn brincava com Beth que tinha entretanto acordado e não queria dormir, depois foi Rachel que brincou com Beth revelando um talento especial para lidar com crianças, algo que não foi alheio a Quinn sobretudo se tratando da sua filha, Shelby também reparou nisso e fez questão de dizer isso mesmo.
"Rachel a Beth nunca fica assim quieta com ninguém. Isso é um dom. Tu nunca pensaste em ser Mãe?" Perguntou Shelby.
"Shelby querida! Não dês ideias à Rachel, ela ainda é tão nova, tem tanto pela frante, tanto para conquistar… antes de pensar em ter filhos. Rachel não leves a mal nós adoramos-te mas um filho é um compromisso eterno e a tempo inteiro, com a tua vida em NY não creio que seja neste momento o mais sensato só isso. Porque fora isso é claro que eu e o teu Pai queremos um ou mais netos." Reagiu muito rapidamente LeRoy ao comentário que Shelby tinha feito, um pouco em pânico com a influência que o comentário de Shelby podia ter em Rachel.
"Calma Pai. Eu também não penso nisso não te preocupes. Muito menos agora que o Finn.."
"Sim… mas um dia… quem sabe" Disse-lhe Quinn. "Um dia, a vida muda, tudo muda, constantemente, quem há algumas horas atrás que estaríamos aqui hoje todos juntos e que eu além de passar a consoada com vocês também iria poder ver e estar com a minha filha?"
"A vida é uma incógnita… isso é verdade…" Rachel parecia divagar.
"Vá animo! Eu não disse isto para te deixar depressiva Rachel, disse-o porque tenho a certeza que serias uma excelente Mãe, carinhosa, dedicada." E depois pensando um pouco mais, abanando a cabeça e revirando os olhos disse. "Provavelmente demasiado exigente, sobretudo a nível artístico mas isso só vem confirmar que quem sai aos seus…" Shelby sorriu.
Rachel voltou finalmente a ganhar um brilho nos olhos e um sorriso nos lábios.
"É . Eu tenho a certeza que ela vai ser uma mãe muito boa." Disse Quinn embevecida ao olhar para Rachel.
Shelby concordou. "Bem está a fazer-se tarde e a Beth está cheia de sono, na verdade ela já chegou com sono, eu gostava de ficar mais um pouco mas… vida de Mãe é assim, prioridades alteradas, tu entendes não é Rachel?" Shelby perguntava ao aperceber-se que ela também era Mãe de Rachel e tinha falado em prioridades, o seu discurso podia não ter sido muito feliz.
"Percebo claro." Bocejando. "Eu também estou…" Bocejando novamente. "…desculpem, muito cansada, foi um dia longo e com muitas emoções.." Rachel olhava agora para Quinn que percebeu o que ela queria dizer.
"Bem, então eu acompanho a Shelby até ao carro." Disse Hiram. "Vocês vão subir já meninas?" Virando-se para Quinn e Rachel.
"Eu vou se a Quinn quiser ficar mais um pouco é com ela."
"Eu também vou se não se importarem, também estou um pouco cansada, mas não sem antes lhe pedir Shelby se antes de me ir embora de Lima eu podia estar com a Beth, vê-la pelo menos…" Perguntou a ex-cheerio.
Shelby olhou para Rachel. "Vamos combinar isso, liguem-me que depois combinamos." Rachel olhou para Quinn que tinha ficado mais alegre com a resposta de Shelby, mas Rachel não entendia o liguem-me , a sua Mãe estava a falar no plural porquê.
Quinn despediu-se de Beth com um beijo e um até já mental.
Hiram despediu-se da filha e de Quinn e em seguida acompanhou Beth e Shelby até ao carro, enquanto isso LeRoy preparava um chá para as cordas vocais de Rachel que ainda não estavam a 100%. "Rachel bebe ainda quente, não está muito quente está quase morno, não deixes arrefecer, também queres um Quinn tenho outros se preferires."
"Não LeRoy obrigada, eu estou bem." Agradeceu, abraçou LeRoy e despediu-se.
"Até amanhã meninas, descansem, durmam bem, amanhã quando descerem não se preocupem com a hora, eu vou deixar o pequeno almoço pronto em cima da mesa da sala de jantar, assim quando quiserem sentam-se e começam. Dorme bem filha."
Ao subir as escadas Rachel disse a Quinn. "Parece que as nuvens começam a desaparecer."
"É verdade. Tenho isto a agradecer-te." Disse Quinn parando e puxando Rachel para junto dela no cimo das escadas antes de entrar no quarto. "Aos poucos vai ficando tudo um pouco mais claro."
Rachel não sabia o que responder, não estava habituada a que Quinn a puxasse para si nem ao pouco espaço que havia entre elas, esta proximidade era nova para ela. "Aos poucos."
"Obrigada Rachel." Quinn deu-lhe um beijo na cara de Rachel que corou e olhou para o chão.
"Parece que o destino nos está a querer dizer algo." Disse Quinn já dentro do quarto.
Rachel já ia a caminho da sua casa de banho para se trocar quando ouviu o que Quinn lhe disse e respondeu muito secamente. "O que é que o destino nos pode estar a querer dizer? Depois do que aconteceu com o Finn eu não acredito no destino, o meu destino era ficar com ele e isso não aconteceu." Olhou de esguelha para Quinn e em seguida entrou na casa de banho.
"Estás magoada.. eu entendo, mas isto que aconteceu hoje não foi por acaso, não pode ter sido." Murmurou Quinn, Rachel já estava dentro da casa de banho e nada ouviu, Quinn tinha razão era uma coincidência gigante o facto de os Pais de Rachel terem convidado Shelby sem saberem que Quinn iria estar presente no jantar, sem saberem ajudaram a resolver alguns problemas de uma só vez. Era uma milagre de Natal, mais um.
Ao regressar Rachel reparou que Quinn já estava deitada no colchão que Hiram tinha colocado junto à sua cama, como Fabray estava de costas, Rachel depreendeu que já estaria a dormir , apagou as luzes e deitou-se.
01h30
Pé ante pé Quinn entrava no quarto sem fazer barulho mas fazendo com que parte da luz do corredor entrasse para o quarto, desaparecendo quando Fabray fechou a porta.
"Quinn." Disse Rachel.
"Rachel. Uff. Assustaste-me, eu pensei que estivesses a dormir." Disse Quinn ainda com um copo de água na mão.
"Eu também pensei que tu estivesses a dormir quando eu saí da casa de banho." Ao dizer isto Rachel ligou o candeeiro da sua mesa de cabeceira, e foi quando reparou que Quinn vestia uma camisa de noite justa, relativamente curta, branca, com um padrão feito de pequenos furos e com decote em V bem pronunciado, Rachel engoliu novamente em seco, Quinn parecia realmente um anjo.
"Eu fui buscar um copo com água, estava com sede, tentei não te acordar." Disse Quinn pousando o copo. Rachel desligou a luz.
"Eu tenho estado acordada." Disse Rachel. "Foi bom?"
"O jantar?"
"Não… a… a…"
"A…. Podes dizer Rachel, a quê?"
"Não é que tenha curiosidade Quinn mas sei lá como nunca te imaginei…" Curiosidade a Rachel tinha e muita apenas não queria admitir.
Fez-se um breve silêncio.
"Estás a falar do que se passou comigo e com a Santana?" Perguntou Quinn, parecia mais descontraída para falar do assunto do que durante a tarde do dia anterior.
"Sim… Se não quiseres não fales, estás no teu direito, afinal é a tua vida, a tua intimidade, a tua privaci…"
"Rachel espera. Eu não tenho grandes problemas, se não fugiste durante a tarde também não será agora a meio da noite… certo? Mas se perguntas tens que estar preparada para a resposta. Estás?" Disse Quinn alcançando a mão e o braço de Rachel que estava caído para o lado de fora da cama.
"É.. tens razão… eu não estou preparada." Disse Rachel afastando a sua mão da mão de Quinn.
Menos de um minuto depois…
"Mas…" Rachel voltava à carga.
"Mas?"
"… foi bom? Só isso, se foi bom, se não foi muito estranho e algo que nunca mais queiras repetir." Aventurou-se Rachel.
"Rachel."
"Vá Quinn diz logo."
Quinn sorria no escuro. "Foi diferente…"
"Ah então não foi bom."
"Eu não disse isso. Eu disse que foi diferente, porque foi com uma mulher e depois porque essa mulher era a Santana. Mas definitivamente não é algo que eu possa dizer que nunca mais quero repetir porque foi bom, na verdade foi muito bom. Nós divertimo-nos." Respondeu Quinn perdendo-se em pensamentos relativamente a essa noite de São Valentim.
"Ok… demasiada informação…" Disse Rachel revirando os olhos e com uma sensação no estômago… seria adrenalina pensou ela.
"Eu avisei que para perguntares tinhas que estar preparada para a resposta.."
"Eu sei…" Rachel concordava com Quinn.
Alguns minutos depois…
"Rachel?"
"Sim Quinn?" Ambas pareciam ainda estar acordadas.
"Eu não tenho medo" Parafraseou Quinn.
"Não percebi Quinn, não tens medo?"
"Tu disseste: Eu não tenho medo."
"Eu disse?"
"Sim, hoje antes do jantar quando estavas a falar com o Kurt. Era o Kurt não era?" Perguntou Quinn, certa de que Rachel tinha falado com Hummel mas querendo confirmar.
"Era o Kurt sim. Oh isso que eu disse não foi nada." Rachel tentava não dar grande importância e fazer Quinn esquecer o assunto, o que se tornou impossível.
"Diz lá, eu também te respondi acerca da Santana e estou aqui para responder a algo mais se quiseres perguntar."
"Oh não quero não saber mais não, muita informação de uma só vez…" Rachel até queria mas ao mesmo tempo ainda se sentia algo intimidada com a ideia de Quinn e Santana juntas na mesma cama, era tudo muito recente para ela. "O Kurt disse que me amava e eu não retribuí, e ele como vive comigo em NY e já mo disse outras vezes e eu desde que o Finn faleceu nunca consigo dizer o mesmo…. Pronto ele disse-me para eu não ter medo. É isso não tem muito mais…"
"Mas… tu tens medo de lhe dizeres que também gostas dele? E isso acontece desde que o Finn morreu?"
"Sim Quinn, eu sei que pode parecer absurdo mas… eu disse-o muitas vezes ao Finn e vê o que aconteceu, tenho medo de dizer ao Kurt ou a outra pessoa e que também lhe aconteça algo e que não o volte a ver, e ele é mesmo o meu melhor amigo não posso ficar sem ele, nem quero." A voz de Rachel parecia pouco firme.
Quinn tacteou a cama de Rachel à procura da sua mão e encontrou finalmente o seu braço, percorreu-o até chegar à mão que estava sobre a sua outra mão, puxou a mão que estava do seu lado, agarrando-a e em seguida traçando linhas invisíveis com o seu indicador e com o seu polegar. Rachel parecia gostar porque Quinn continuava acariciando a sua mão e Berry permitia. "Rachel o que aconteceu com o Finn foi terrível, ninguém esperava, ninguém queria, ninguém antecipou mas nós não vamos a lado nenhum, de qualquer forma a vida é realmente imprevisível mas tu tens que viver a vida sem medos do amanhã."
"Eu acho que isso não se aplica só a mim…" Sorriu Rachel.
"É verdade, faz o que eu digo não faças o que eu faço, já diz o ditado… mas eu vou tentar aplica-lo a mim também, eu faço se tu fizeres, ok?
"Não é assim tão fácil Quinn…"
"Não me interessa se é fácil ou não, vamos prometer, se uma fizer a outra também terá que fazer, vamos viver sem ter medo do amanhã, ok?"
"Ok, prometido." Disse Rachel acreditando na promessa que estava a fazer. "Dorme bem Quinn." Dando-lhe um pequeno beijo na mão de Fabray que não contava com aquele beijo.
"Tu também Rachel." Retribuindo o beijo.

Fanfic criada pela Mafalda Mascarenhas

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