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sábado, 12 de julho de 2014

Chapter 5: Wild Horses Never Can Say Goodbye
Rachel ouvia aquela canção, que lhe era tão familiar e conhecida, o que mais lhe suscitou interesse e curiosidade acerca de quem estaria do lado de dentro… ao mesmo tempo sentia, também, uma sensação de aperto no estômago, não era agradável.
Mas, ficar à porta não era uma hipótese para Rachel que imediatamente, ainda que apreensiva, em passos lentos e delicados entrou e fechou a porta.
Ao entrar deu meia volta e observou com detalhe o interior da casa, muito soalheira (o lindo dia de sol também ajudava), de madeira clara toda ela mas enorme, era quase uma cabana gigante pensou ela, rustica mas com bom gosto, sim Rachel definitivamente sentia-se bem ali, sobretudo ao inspirar um maravilhoso aroma que parecia espalhar-se pelo hall de entrada e pelo enorme salão que se seguia.
Era comida mas ela não estava ciente do quê concretamente.
Ao avançar pelo salão vislumbrou uma cozinha não muito grande, pelo menos não parecia ser grande do ponto onde ela se encontrava, quase que uma kitchenette ampla, espaçosa, quando à sua esquerda reparou em duas grandes portas em vidro com maçanetas brancas.
A porta da esquerda estava aberta e o Sol convidava a explorar, Rachel avançou sem saber o que a esperava.
À sua frente tinha uma paisagem simplesmente deslumbrante, montes muitos montes, o que surpreendeu Rachel visto que Lima era essencialmente composta de planícies, o dia já estava lindo mas com aquela paisagem Rachel não conseguiu deixar de sorrir e inspirar um ar muito puro, a casa onde Santana a tinha deixado ficava a alguns minutos do centro de Lima.
Rachel inspirou mais uma vez ao sentir uma brisa, o telheiro era também ele de madeira mas mais escura que a do interior da casa, antes de virar a cabeça para a sua direita numa e reparar numa espreguiçadeira e de imediato na pessoa que nela estava deitada, visivelmente perdida nos seus pensamentos, aquela visão arrancou o sorriso dos lábios de Rachel.
"QQQ" Rachel tentava falar mas a voz faltou-lhe, momentaneamente. À segunda tentativa a voz estava mais firme, o que chamou finalmente a atenção da pessoa na espreguiçadeira. "Quinn?!"
Quinn Fabray estava realmente absorta nos seus pensamentos, pelo que até àquele momento não tinha dado pela presença de Rachel no telheiro, mas era impossível não ouvir Rachel agora.
Quinn abanou levemente a cabeça ainda recostada na espreguiçadeira mas com meio corpo virado para Rachel, abanou novamente a cabeça ao mesmo tempo que fechava e abria os olhos, ela não queria acreditar.
Rachel ia dizer algo mas o seu telemóvel tocou, limitou-se a atender sem ver quem era antes.
"Rachel eu preciso de falar contigo."
"Puck? Agora não é mesmo a altura mais indicada."
"Rachel, eu preciso MESMO de falar contigo, é urgente."
"Puck, falamos depois."
"Mas.."
"Depois."
"É sobre a Quinn , ela está em L…"
"Depois Puck." Rachel desligava assim o telemóvel, estava nervosa mas ao mesmo tempo estranhamente calma, o mesmo já não se podia dizer de Quinn.
Após Rachel ter desligado seguiram-se alguns segundos de silêncio, um silêncio constrangedor, pelo menos para Quinn que se encontrava a olhar para o chão.
"Estou à espera." Disse Rachel.
"Rachel eu.."
"Então?"
"Rachel eu não sei o que dizer.." Quinn continuava com um olhar vagamente perdido em direcção ao chão.
"A sério?" Rachel parecia algo enfurecida. "A sério Quinn? Quanto tempo se passou desde a morte do Finn?! Já para não falar de que estás em Lima e não dizes nada a ninguém, tirando a Santana mas com essa eu depois falo. A sério que não sabes o que dizer?! Quanto tempo? Quanto tempo tiveste para pensar no que dizer?!" Rachel estava quase sem folego tal era a exaltação com que dizia aquelas palavras a Quinn que permanecia sem manter contacto visual com Rachel. "E olha para mim. Ao menos isso. Deves-me isso."
"Eu não consigo." A sua voz estava trémula.
"Não consegues olhar para mim? Mas o que é que eu te fiz Quinn para me odiares tanto? Pensei que esses ressentimentos tivessem ficado no passado, quando andávamos no McKinley High." Rachel dizia isto agitada, puxando uma mexa de cabelo que teimosamente caía para a frente, noutra altura era provável que não lhe fizesse confusão mas naquele momento estava realmente a incomodá-la.
"Eu realmente não consigo." Disse Quinn com a voz magoada.
Rachel a fim de obrigar Quinn a encará-la aproximou-se da espreguiçadeira e agachou-se, pegou no queixo de Quinn com a mão esquerda e levantou-o. "Olha para mim, estou aqui, bem à tua frente." E nesse momento gelou, Quinn estava com os olhos marejados de lágrimas, lágrimas essas que prontamente começaram a escorrer pela cara da ex-cheerio.
Rachel apressou-se a descalçar as luvas e a limpar cada lágrima que escorria pela cara de Quinn, traços tão delicados ela pensou os mesmos do tempo do Glee club.
"Quinn. Desculpa, desculpa eu não queria te pôr a chorar." Quinn nada disse, apenas chorava, e Rachel abraçou-a por instinto, nada estudado.
Ficaram assim algum tempo até que Rachel parada no tempo prestou maior atenção à canção que agora se fazia ouvir por toda a casa, frase a frase Rachel pensava que por detrás do desaparecimento de Quinn podia estar alguma razão forte e que ela até àquele instante não tinha ainda pensado.
"Childhood living is easy to do
The things you wanted I bought them for you
Graceless lady you know who I am
You know I can't let you slide through my hands
Wild horses, couldn't drag me away
Wild wild horses couldn't drag me away"
A canção continuava e Rachel deu indícios de se afastar de Quinn que prontamente a puxou para junto de si novamente e a abraçou. "Perdoa-me Rachel. Perdoa-me."
O sentimento de fúria com que Rachel iniciara a conversa tinha-se desvanecido tal era a dor que se sentia na voz de Quinn ao proferir aquelas palavras. "Eu.."
"Rachel perdoa-me, diz que me perdoas." Aquele pedido de Quinn a Rachel era incrivelmente doloroso para a ex-cheerio, Berry podia sentir isso na sua voz.
"Eu só queria que as coisas tivessem sido diferentes." Disse Rachel.
"Eu sei, e merecias. Mas perdoas-me? Diz que me perdoas."
"Quinn."
"Rachel, por favor."
"Quinn." Afastando-se do abraço de Quinn. "Eu, só queria perceber o porquê deste afastamento, o Finn realmente gostava de ti, e eu precisei tanto de ti, porquê?" Rachel estava agora incrivelmente triste.
"Eu.. não consegui."
"Não conseguiste?"
"Tu precisaste de mim?"
"Claro que precisei Quinn, mais do que ninguém, e tu não estiveste lá, nem me disseste nada." Ao ouvir isto Fabray soltou mais algumas lágrimas.
"Eu.. desculpa. A sério, desculpa. Eu realmente não consegui, eu ainda não consigo."
"Não consegues?" Rachel não compreendia completamente o sentido do que Quinn tentava dizer. "Não consegues encarar a morte do Finn?"
"Não."
"É tudo muito recente é natural, custa-nos a todos."
"Não é isso."
"Não te custa?"
"Custa Rachel."
"Então?"
"Não te consigo encarar a ti."
"A mim? Porquê? Quero dizer, além de não teres dito nada. Mas isso.. eu perdoo-te, só queria, gostava de perceber o porquê? Deves ter dito um motivo muito forte, pelo menos assim espero."
"Eu devia ter morrido no dia em que tive aquele acidente, quando te enviei a mensagem no dia em que quase casaste com o Finn."
Rachel assustou-se. "Quinn! Não digas isso!"
"É verdade…"
"Quinn, não. Não digas isso, o que seria de mim, de todos nós sem ti? Já não basta o que aconteceu com o Finn?"
"Eu devia ter morrido e não o Finn." Rachel ainda de cócoras pegou em cada uma das mãos de Quinn. "Eu estou um caos Rachel, eu sou um caos, sempre fui e parece que não tenho cura."
"Mas o que se passou.. O que se passa Quinn? Diz-me. Diz-me o porquê de não teres ido, de nada teres dito, porque é que apenas a Santana sabe que estás aqui."
"Eu não sei por onde começar." Disse Quinn.
"Começa pelo inicio." Rachel quebrou o gelo e obteve por um segundo um leve sorriso de Quinn.
"Eu.. não quis acreditar na morte do Finn."
"Ninguém quis." Interrompeu Rachel.
"Sim eu sei, mas não foi isso."
"Desculpa, eu vou-te deixar falar, prometo que me calo e sou toda ouvidos." Rachel fez um gesto, junto à sua boca, de quem fecha um ziper.
"Eu não quis acreditar na morte do Finn mas assim que assimilei o que tinha compreendido, porque aceitar ainda hoje não aceito, não posso aceitar uma morte tão prematura de alguém tão bom. Assim que eu percebi o que tinha acontecido eu pensei em regressar mas eu não consegui, eu não podia."
"Porquê?" Disse Rachel.
"Eu.. muita coisa se passou Rachel desde a última vez que nos vimos, Beth, Santana.."
"Beth? O que aconteceu com a Beth de novo?"
"Eu sempre, sempre fui caótica, acho que sempre fui uma pessoa de extremos e.. ou queria ser a menina de coro muito bem comportada, um exemplo, um falso exemplo diria, de ar angelical ou então passava a ser a destruidora de lares, da felicidade dos outros, as minhas escolhas foram sempre decisivas na vida dos outros mas nem sempre pelas melhores razões. Tu lembras-te da minha fase punk.. eu tentei tirar a Beth à Shelby, o Puck sabia de tudo e antes que eu destruísse mais uma vida, aliás duas, impediu que eu cometesse mais um acto impensado e que só iria trazer mágoa e destruição, novamente."
"Então é isso?" Perguntou Rachel.
"Não. Não só isso. A Shelby não me voltou a falar desde então, é Natal e eu sinto realmente falta de Beth, eu queria poder vê-la, estar com ela nem que fossem 5 minutos apenas, mas quando o Finn faleceu o que aconteceu foi que, eu pensei em tudo o que já tinha acontecido, tudo o que eu já tinha provocado.. e .."
"Tu nunca tiveste uma vida fácil Quinn" Disse Rachel, numa clara tentativa de amenizar a situação.
"Nunca fiz por ter. Eu compliquei tudo Rachel."
"Nem sempre."
"Fiz sim Rachel, mesmo involuntariamente, continuo a fazê-lo. Como eu estava a dizer, na época da morte do Finn eu estava um caos, pela morte dele, pelo que tinha acontecido com a Beth e que mexia realmente comigo não saber se voltaria a vê-la e por isso eu não voltei, não consegui."
"Mas porquê?" Rachel continuava sem compreender.
"Eu.. eu não queria, não podia, não conseguia regressar para uma homenagem a alguém tão integro como era o Finn e homenageá-lo, era hipócrita, eu desapontei-o, do inicio ao fim, sempre, sempre o desapontei. Eu estava muito abalada e confusa para regressar e encarar toda a gente, encarar-te a ti." Quinn voltava a olhar para o chão.
"Mas.. se não por mim pelo Finn, que sempre via o melhor de cada um e não julgava ninguém, ele gostava realmente de ti, lembraste quando ele pensava ser o Pai da Beth? Ele enfrentou tudo e todos para te proteger a ti e à bebé. E tu não o desapontaste, ele estava orgulhoso de ti, tinhas-te graduado, estavas em YALE, tinhas evoluído até como pessoa, enfrentaste tantos problemas, problemas que não são supostos vivermos com a nossa idade e tu ultrapassaste cada um deles. Ele gostava realmente de ti, todos gostamos, e precisávamos de ti."
"Tu também?" Perguntou Quinn.
"Eu?"
"Também precisavas? Também gostas de mim?"
"Quinn!" era agora a vez de escorrerem algumas lágrimas pela cara de Rachel. "Claro que sim! Eu precisei MUITO de ti, talvez fosses a única pessoa, sem ironia, que compreendesses realmente o que eu estava a sentir, e a pessoa que mais queria ter a meu lado naquele momento e tu nem um telefonema, nada. Custou muito Quinn. Eu senti-me mais uma vez desprezada por ti."
"Desculpa Rachel, eu jamais quis que te sentisses dessa forma, eu nunca te quis desprezar, mas eu não conseguia, Beth, Santana, o medo da desilusão que o Finn poderia ter sentido a meu respeito, como todos vocês, o Puck nem comigo quer falar… tanta coisa.."
"Mas.. é a segunda vez que tu falas na Santana. Ela não está aqui a passar estes dias contigo? Ela não me parecia chateada contigo." Rachel disse com alguma confusão à mistura.
"Ela não está." Soltou Quinn sem adiantar muito.
"Não está aqui contigo ou não está chateada?" Rachel que permanecia há já algum tempo de cócoras, sentindo um pequeno formigueiro nas pernas devido ao desconforto prolongado que a posição lhe provocara, levantou-se e sentou-se na ponta da espreguiçadeira de Quinn que encolhia as pernas para dar espaço a Rachel.
"Está aqui comigo e não está chateada. Nós.."
"Vocês.."
"Nós.. somos amigas."
"Quinn. Eu sei disso, toda a gente sabe."
"Pois. Claro." Quinn parecia atrapalhada. "Queres comer algo, eu fiz almoço para mim e para a Santana, aliás estou a estranhar ela não estar aqui, eu estava à espera dela, contigo é que não contava." Desconversava Quinn tentado fugir ao tema.
Rachel apercebeu-se mas deixou-se levar pela conversa de Quinn para depois então voltar a falar do tema. "Er.. a Santana incumbiu-me a missão de fazer companhia a alguém com quem ela estava a passar esta semana aqui em Lima, mas eu não sabia que eras tu, isso jamais me passou pela cabeça, durante a viagem de NY para Lima eu perguntei-lhe se tu estarias aqui e ela disse que não sabia.."
"Percebo.. Eu não sou a melhor companhia nestes dias para partilhar casa, muito menos durante a época natalícia, mesmo a Santana que parece não ser a mais permeável a estes sentimentos de Natal dispensa a minha companhia, eu entendo, não posso levar a mal."
"O quê? Não Quinn. Nada disso. Não digas isso, quem é que não ia querer a tua companhia? Eu sei que às vezes a Santana é um diabinho à solta mas ela é tua amiga, até de mim com quem vive escondeu que irias estar aqui em Lima e pior, que iria dividir casa contigo.. ainda estou para perceber o porquê mas depois eu entendo-me com ela."
"Rachel, eu é que lhe pedi, que não te avisasse, o Puck esteve aqui e.. deve ter sido por isso que te telefonou há pouco.. ele não quis falar comigo, só veio porque a Santana o chamou e ele não sabia que eu estava aqui. Quando me viu, disse que era imperdoável depois de tudo não ter ido à despedida do Finn, que esperava tudo de mim mas que tinha sido demasiado."
"Eu não sabia Quinn." Rachel agarrava novamente nas mãos de Quinn. "Isso passa-lhe. Ele tem um coração enorme, ele só disse isso porque ficou triste, todos ficámos."
"Não sei se passa, ele parecia estar a falar a sério." Disse Fabray.
"Passa, passa! Eu estou aqui não estou? Ainda não fugi!" Sorria Rachel, mais calma. "Vamos para dentro então? Eu ainda não almocei e hoje…é dia 24! Véspera de Natal, consoada, não é um dia qualquer."
Quinn assentiu e as duas foram para dentro, nos últimos tempos Quinn tinha-se dedicado à culinária como forma de distracção e passatempo.
"Hmmmm. Cheira tão bem. Foste mesmo tu?"
Quinn sorria entre lágrimas. "Sim."
"Terá veneno? Na volta tu e a Santana combinaram tudo isto para me envenenarem.." Cutucava Rachel, o ambiente era apesar de tudo mais tranquilo e menos tenso, Rachel tentava a todo o custo amenizar a situação.
"Rachel!" Disse Quinn enxugando as lágrimas de outrora e servindo ambas. "Eu jamais faria uma coisa dessas!"
"Eu sei estava só a brincar contigo. Então o que é que vamos almoçar.. estou realmente com apetite!"
"Pois… aí é que temos o problema…" Falava Quinn com algum receio.
"Então?"
"Bem… eu sei que não tens grandes motivos para confiar em mim, de momento, mas vou-te pedir que te sentes à mesa e… experimentes.."
"Sem saber o que é? Quinn eu sou vegetariana."
"Vais ter que provar sem saber o que é, prometo que não te arrependes." Disse Quinn.
"Essa é uma promessa que não podes fazer."
"Rachel."
"Quinn.
"Rachel a sério, prova, se não gostares não comes. Mas prova."
"Eu sou vegetariana mas… está bem.. eu vou experimentar. É carne?"
Quinn não respondeu, deixando Rachel sentar-se à mesa, pedindo-lhe que tapasse com as duas mãos os olhos, aproximou-se em seguida com o prato de Rachel pousando-o na mesa. "Rachel mantem os olhos fechados."
"Mas o que é que é isto afinal?"
"Espera." Quinn com a mão esquerda tapou os olhos de Rachel, por cima das suas duas mãos, assegurando-se que Rachel nada via, e com a mão direita levou uma garfada de comida à boca de Berry. "Rachel não é veneno, abre a boca, experimenta."
"Nnnnn" Rachel quis dizer que não mas não conseguiu, Quinn tinha conseguido dar-lhe a experimentar um pouco do almoço.
"Então? É bom ou não?" Perguntava Quinn.
Rachel nada dizia até que após terminar de mastigar mas ainda de olhos fechados e com a mão de Quinn sob as dela. "É… bom… muito bom, o que é isto? Porque é que não me deixas ver?"
"Eu vou tirar a minha mão e deixar que tires as tuas mas promete que não me bates. Sim?"
"Quinn. Eu não te vou…" Abrindo os olhos e não terminando a frase. "Polvo? Tu deste-me polvo? Quinn. Eu não acredito, eu sou vegetariana Quinn. Arroz de polvo?"
"Rachel, eu sei mas está bom ou não? É Natal, não me vais dizer que em todos estes anos nunca comeste carne…"
"Bem…"
"Estou a sentir uma reposta a meu favor.. será?" Disse Quinn ao mesmo tempo que se sentava à mesa com Rachel.
"… na verdade.."
"Temos todo o tempo do Mundo.. pelo menos eu tenho…"
"Ok, ok. Eu já pequei algumas vezes."
"Pecar? Rachel Berry e os seus pecados, se fosses como eu então estavas morta."
"Quinn! Eu sou vegetariana 90% das vezes! Pelo menos tento ser… nem sempre é fácil, é por isso que eu não provo nada disto porque já sei que vou querer mais.."
"Pois vais.." Disse Quinn. "90% das vezes? Tens a certeza?"
"Te…enhho"
"Tens mesmo?"
"Ok, ok! Menos de 90% das vezes, mas ninguém lá me casa desconfia, nem o Kurt nem a Santana sonham."
"Vá vamos almoçar e esquece isso, nem sempre aquilo que temos como teoria conseguimos colocar em prática, é mesmo assim, é a vida, não é como queremos, não a maior parte das vezes.
"É verdade…" Rachel não conseguia dizer mais nada, estava realmente com alguma fome e o arroz de polvo de Quinn estava simplesmente delicioso, com um sabor intenso mas sem ser demasiado, estava apurado e sabia-lhe a.. Natal.
Passado o almoço Rache l ainda não se tinha esquecido da questão Santana e pretendia questionar Quinn acerca disso, entre outras coisas, apesar do ambiente ser agora mais leve Rachel ainda tinha tantas perguntas.
"Estava bom?" Perguntou Quinn.
"Óptimo. Mas sinto-me mal.."
"Mas eu fiz há pouco.. Caiu-te mal?" Quinn sabia o que Rachel queria dizer mas fez-se de desentendida.
"Não é isso, Quinn o arroz está divino, a sério, eu nem percebo bem o que é que se passou aqui, eu não sabia que tu cozinhavas, aliás nunca te imaginei entre panelas e atrás de um fogão."
"Parece que eu ainda consigo surpreender sem ser pelas piores razões." Murmurou Quinn.
"Claro que consegues, e quanto às piores razões ainda temos muito a falar, eu continuo sem perceber algumas coisas."
Quinn voltava a desconversar. "Queres café? Temos ali na sala de jantar uma mesa com doces e bolos de Natal, não muitos porque iria fazer mais logo, eu e a Santana íamos passar o Natal e a véspera juntas …"
"Café não, obrigada. Eu não te cheguei a explicar o que aconteceu com a Santana, o porquê de ela não estar aqui." Quinn parou tudo, preocupada com Lopez, achando que algo lhe tinha acontecido. "Ela.. bem parece que as surpresas não param.. desde que chegámos a Lima, e só aqui estamos há um dia.. têm sido surpresas atrás de surpresas. A Alma, a Abuela, a Avó da Santana, por incrível que pareça, telefonou-lhe pouco antes de ela me deixar aqui, pedindo-lhe desculpas por tudo o que lhe tinha dito, por a ter expulso, e pediu-lhe que a fosse visitar, disse-lhe que a queria ver, pediu-lhe perdão."
"Isso soa-me familiar" Disse Quinn, enquanto lavava os pratos.
"Mas ela deve chegar a qualquer instante não te preocupes, não vais estar sozinha por muito mais tempo."
"Mas.. eu não estou sozinha, estou contigo." Quinn não conseguia ver porque estava de costas para Rachel que ao ouvir as palavras de Quinn sorria levemente. "Realmente é incrível, ainda bem que aconteceu isso, fico contente pela Santana, eu sei o quão importante é para ela a sua Avó, eu sei que dizemos que não, tentamos não dar valor mas por mais que não queiramos a nossa família conta muito.."
"Quinn.."
"Não faz mal Rachel, eu, eu podia estar com a minha família neste momento mas preferi não estar, sinto que ainda não é o momento certo, apesar de tudo o meu Pai está mais próximo pelo menos monetariamente, esta casa foi-me dada por ele, sempre que quiser vir a Lima tenho casa e isso é bom, é o meu refugio digamos… é minha."
"Não sabia. É linda Quinn."
"Gostas mesmo?"
"Muito. Mesmo. Linda e acolhedora, uma combinação nem sempre possível ou imaginável."
"Fui eu que decorei. Ela já trazia alguns móveis mas.. eram antigos. Eu reformei-a, ou melhor ainda o estou a fazer, mas com tempo."
"O tempo é muitas vezes o nosso melhor aliado." Disse Rachel. "A casa está linda, parabéns Quinn."
"No telheiro pretendo pôr um baloiço daqueles de jardim mas que podem ser usados no interior, bem confortáveis, espaçosos, com almofadas, ainda não encontrei o que procuro." Disse Quinn a Rachel. "Por falar em telheiro vamos lá para fora? Sempre estamos melhor lá fora, sempre aproveitávamos o bom tempo, está um dia lindo, isto se não tiveres que ir embora já… provavelmente tens coisas a fazer hoje, tens uma família com quem passar o Natal.."
"Quinn, eu estou aqui contigo, os meus Pais esperam-me para o jantar, se possível antes até porque parece que temos uma convidada, não me quiseram dizer quem é, portanto terei mais uma surpresa logo à noite. É o que eu digo é a semana das surpresas." Disse Rachel, sentando-se numa segunda espreguiçadeira que Quinn tinha no telheiro. "E quanto à Santana?"
Quinn virou a cabeça na direcção de Rachel, ela sabia o que aí vinha, tinha tentado fugir ao tema antes. "O que tem a Santana?"
"O que se passou com ela? Tu antes de almoçarmos disseste que muita coisa se passou desde a última vez que nos vimos, além do que se passou com a Beth e com a minha Mãe, com a Shelby, disseste que algo tinha acontecido com a Santana, o que se passou?"
"Nós.."
"Vocês.. podes dizer Quinn, eu não vou julgar, eu sei como a Santana às vezes consegue ser implacável e deixar-nos K.O" Rachel não imaginava o que poderia ser que se tivesse passado entre elas, estava longe de imaginar o que realmente tinha acontecido.
"Realmente pode-se dizer que, de certa forma ela me deixou K.O, mesmo sem eu estar à espera, não foi bem ela, foi mais a situação.." Quinn estava misteriosa ao mesmo tempo que parecia cautelosa no que dizia.
"Mas o que foi que ela aprontou desta vez?" Perguntava Rachel, intrigada.
"Rachel, prometes que não me vais julgar?" Rachel disse que sim mas parecia assustada, ela já começava a pensar que Santana podia ter levado Quinn para o mundo do crime ou algo do género, Lopez era capaz de coisas verdadeiramente extraordinárias no sentido mais estranho possível… ela era inesperada. "Eu sei que não estou em condições de te pedir que me prometas nada mas mesmo assim peço-te."
"Estás a assustar-me Quinn em que esquema te meteu ela? Vocês cometeram algum crime?" Perguntou Rachel.
"Depende…"
"Depende do quê?"
"Rachel promete-me que pelo menos não me deixas de falar, eu não matei ninguém, não roubei ninguém, eu conto-te mas promete-me isso."
"Sim Quinn prometo, claro."
"Lembraste do dia de São Valentim?" Rachel disse que sim. "Foi um dia de muitas emoções, a Brittany estava com o Sam, eu e a Santana estávamos sozinhas, o Mr. Schue não se tinha casado, nós tínhamos identidades falsas que mostrámos para termos acesso às bebidas alcoólicas, não sei bem por onde começar.. mas aconteceu."
Rachel parecia não compreender. "Aconteceu?"
"Aconteceu Rachel." Disse Quinn.
"Mas aconteceu o quê? Eu não estou a perceber Quinn."
"Eu e a Santana, nós dançámos na festa que se seguiu ao quase casamento do Mr. Schue.."
"Qual é o mal nisso Quinn? Eu também dancei no casamento, sobretudo com o Finn…"
"Eu sei.. mas não foi só isso.."
"Podes dizer Quinn eu não vou fugir, seja o que for." Assegurou Rachel.
"Eu vou dizer isto de uma só vez, tal como se tira um penso rápido, ok?"
"Ok..3-2-1.."
"Eu dormi com a Santana."
Silêncio.
"Eu também dormi com a Santana." Disse finalmente a Rachel.
"Dormiste?" Arregalava os olhos Quinn depois do que Rachel lhe disse.
"Sim, dividimos a mesma cama na vinda para Lima, parámos a meio da viagem num daqueles hotéis de estrada, estava um grande nevão, e tivemos que parar."
"Ah." Quinn parecia de certa forma aliviada. "Mas nós não dividimos apenas a mesma cama.. Nós…"
"Vocês.. Quinn?" Rachel parecia agora entender o que Quinn tentava dizer.
"Sim.."
"Vvvocês?"
"Sim Rachel, eu tive sexo com outra mulher, neste caso com a Santana."
Silêncio
Silêncio quebrado pelo telemóvel de Rachel uma vez mais. Ao tentar atender o telemóvel escorregou-lhe das mãos, era a Santana.
"Estou, estou?" Santana não obtinha resposta. "Jelly Berry, estás a ouvir? Quinn és tu? Respondam-me. Já se mataram?"
"Sssantanaa." Trémula Rachel conseguiu finalmente dizer o nome da amiga.
"Que eu saiba sim ainda é esse o meu nome. O que é que se passa, as coisas por aí não estão a correr bem? Eu não te podia dizer que era a Quinn, tu ias fazer um drama qualquer para o qual eu não tinha tempo."
"Devias-me ter dito."
"Mas vocês não se estão a entender?" Perguntou Santana. "Bem, depois contas-me, olha preciso de um outro favor teu."
"Começa a ser um hábito." Murmurou Rachel.
"Berry não te acostumes. Não sei se vais gostar muito do que te vou dizer mas aqui vai, a minha Abuela e eu estivemos muito bem até agora e ela quer passar comigo o dia 24, ou seja a consoada, e até queria que aqui dormisse mas eu disse-lhe que.."
Santana não conseguiu completar a frase. "Ela dorme comigo." Disparou Rachel.
"O quê Hobbit? Acho que não ouvi bem."
"Eu disse que ela dorme em casa dos meus Pais, não há problema."
"E quanto à consoada? Eu amanhã no dia de Natal já aí devo estar mas o jantar de hoje.. não queria deixar a Quinn sozinha."
"Ela janta lá em casa."
Foi aí que Quinn se apercebeu que poderiam estar a falar dela. "Estão a falar de mim?"
Rachel não respondeu a Quinn. "Então está combinado, não te preocupes."
"Nunca pensei que fosse tão fácil. Vocês deviam mesmo ter conversa para pôr em dia.." Santana não imaginava quanta.. "Eu sabia que te estava a fazer um favor. Vês Jelly Berry, se formos a ver ainda és tu que me está a dever, não eu a ti.. então boa consoada"
"Tu tens uma lata Santana, tu realmente.. enfim, boa consoada."
"Ui o anão está chateado, mais do que o costume.. não vou nem querer saber o porquê, amanhã falamos, deixa-me falar com a Quinn."
Rachel passou o telemóvel a Quinn. "Santana" indicou Rachel a Quinn.
"Sim Santana?" Disse Quinn.
"Q. Como vão as coisas por aí? Já se comeram vivas?"
"Essa expressão não podia ser menos apropriada, péssimo timing."
"O quê vocês as duas? Nãaaaao. Não acredito. Deixa-me rir um pouco, a sério? Nunca pensei que a Berry tivesse fogo debaixo da saia a ponto de.."
"NÃO. Santana, adeus depois falamos, ah já soube do que se passou com a tua Abuela, fico feliz. E pelo que percebi, ficas por aí é isso?"
"Só até amanhã. Não te importas? A Rachel diz que te leva para casa dos pais dela e que dormes lá."
"Não me parece que ela queira realmente isso, não agora. Mas não te preocupes, eu fico bem."
"Passa-me o telemóvel ao anão."
"Sim Santana o que foi agora?" Disse Rachel.
"Então é assim. Eu não sei o que se passa, mas vocês têm que resolver isso de uma vez. A Quinn disse que tu não a vais querer levar contigo para a consoada, eu não quero saber do que queres ou não, leva-a e não a deixes sozinha, ela precisa de companhia."
"Santana, eu vou ignorar esse tom autoritário." Olhando em seguida para Quinn. "É claro que ela vem comigo, dorme na casa dos meus Pais e passa a consoada connosco, não te preocupes."
Assim que Rachel deu por encerrada a chamada, Quinn apenas agradeceu. "Eu não quero dar trabalho, eu posso ficar aqui, fico bem."
"Não. Vens comigo, os meus Pais vão adorar, por eles quanto mais cheia estiver aquela casa, mais felizes ficam eles. A não ser que não queiras.." Disse Rachel. "Não precisamos de dormir juntas."
Quinn ficou algo embaraçada. "Rachel.."
"Desculpa Quinn, não sei bem porque disse isto."
"Eu sei porquê. Estás desiludida. Eu desiludo toda a gente." Lamentou Quinn.
"Desiludida? Surpreendida, talvez, definitivamente, mas desiludida não, nunca, por isso? EU não sou homofóbica lembras-te? Kurt, Santana, Brittany, Blaine, os meus Pais.."
"Mas não gostaste de saber.."
"Quinn não gostei nem deixei de gostar, eu não tenho que gostar de nada, tu é que tens que, ok estou a piorar tudo com o meu discurso, eu não sei bem o que fazer.. dizer.. não sei bem o que dizer.. porque fazer também não saberia, não com uma mulher.. eu.." Rachel parecia muito atrapalhada e o rumo que a conversa estava a tomar deixou Quinn com vontade de rir.
Quinn tentou, tentou mas não conseguiu e desatou-se a rir. "Rachel eu já tinha saudades disto. Não deste incómodo que pelos vistos te estou a causar. É normal essa tua confusão, essa estranheza, eu estava à espera que fugisses ou que fizesses um grande drama, e não o fizeste."
...
17h00
"Tens tudo?" Perguntou Rachel.
"Penso que sim, também são apenas 24 horas, nem isso, levo apenas escova de dentes e pasta, escova de cabelo, algo para dormir, e.. Rachel?"
"Sim Quinn?"
"Eu não posso aparecer no jantar dos teus Pais assim."
"O que queres dizer com isso Quinn?"
"Que... bem tu não precisas porque já estás muito bem, mas vais mudar de roupa?"
"Bem, é algo em cima da hora mas confesso que ainda queria trocar de roupa e arranjar-me sim, tu podes fazer o mesmo, apenas se quiseres, se formos agora temos tempo, eu não acredito que o jantar seja antes das 20h00, aliás tenho a certeza que antes não é, eu queria era estar pronta antes para o caso de ter que ajudar com algo e também porque temos a tal convidada mais logo, que eu ainda não sei quem é. Queria estar pronta para a receber."
"Então tu não te importas que tome um banho em tua casa e que me arranje lá?"
"Claro que não Quinn, nem eu nem os meus Pais."
"Então dá-me apenas cinco minutos que vou buscar algo para vestir logo."
...
17h30 – Casa dos Pais de Rachel
"Hiram, a nossa menina chegou. E parece que trouxe companhia.." LeRoy tinha as mãos cheias de farinha, pelo que abraçou a Quinn de braços abertos. "Sê muito bem vinda! Quinn certo?"
"Sim Quinn. Obrigada por me receber." Sorria Quinn.
"Pai, a Santana não vem, a Quinn janta connosco e dorme cá." Disse Rachel.
"Claro, eu já preparei o jantar a contar com mais pessoas, não há problemas." Respondeu LeRoy.
"Rachel! Quinn! Sejam bem-vindas!" Aproximou-se Hiram.
"Obrigada. Obrigada aos dois por me receberem tão em cima da hora." Agradecia Quinn.
"Então não é para isso que aqui estamos? Querida nós gostamos de ver a casa cheia, por nós estava sempre assim." Disse Hiram, LeRoy concordou.
"Bem nós vamos subir, tenho que mostrar o quarto à Quinn, para ela se poder arranjar, o tempo está a passar. Vocês precisam de ajuda?"
"Não Rachel querida, podes ir não preciso de ajuda, qualquer coisa peço ao teu Pai. Quanto ao quarto… foi muito em cima da hora, o quarto tem estado fechado, mas não há problema eu assim que me despachar já o preparo, leva a Quinn para cima, e ela que se vista no teu entretanto."
"Sr.." Quinn era interrompida por LeRoy.
"Senhor? Nesta casa somos Hiram e LeRoy. Trata-nos por tu."
"Isso não consigo Senhor.. quero dizer.. LeRoy." Quinn estava apesar de tudo à vontade, tinha sido muito bem recebida e isso ajudava, ela já não se recordava de como era estar em família, e era uma sensação que, sinceramente, lhe agradava. "O que eu ia dizer LeRoy é que não se preocupe comigo, se a Rachel não se importar eu posso dormir lá."
Rachel achou que devia ser uma piada de mau gosto, ela não era homofóbica, mas devido à revelação desta tarde tudo o que ela não esperava era que Quinn sugerisse dormir no mesmo quarto que Rachel, e provavelmente na mesma cama.. que não era propriamente para duas pessoas. "Eu… eu ... não é importar-me mas não há espaço."
"Não há espaço querida?" Perguntou Hiram. "A cama, realmente, não é grande mas eu posso lá pôr um colchão adicional, sempre é mais fácil e rápido, o quarto de hóspedes está por arrumar e tem estado fechado, a Quinn ficaria mais confortável contigo."
"Não sei se confortável é a melhor palavra.." murmurava Rachel tão baixo que apenas Quinn conseguiu ouvir.
"Eu não quero dar trabalho.."
"Não, o meu Pai está certo. Nós vamos subir então." Disse Rachel.
"O Hiram já leva o colchão e a roupa de cama. Se precisarem de algo digam." Disse LeRoy.

Fanfic criada pela Mafalda Mascarenhas

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